Mais um ano

Não sei quem aqui me deixou

nem a origem de onde vim

não me recordo quem sou

nem do que carrego em mim

sem vestígios do passado

nem conhecimento presente

sei apenas o propósito, o fado

que aprendo com esta gente

serei de Sírius, de Capela

ou de outro lado, sei lá

sei que aqui sou a tela

do que prometi por cá

e de ano após ano

com as marcas da dor

aprendemos no engano

a ser espírito melhor

e nos anos que somamos

tiramos um curso moral

das lições que já versamos

faremos teste Final

Miro Couto

25-11-2024

Partida

 Partida

Vais notando a falta dos que partem

que do tempo fizeram seu engano

viveram sem pensarem como agem

e ficam aborrecidos ao descer o pano

Parte o novo, parte o mais velho

todos partem e nenhum fica

e a vida que se torna no quelho

poderia ser aproveitada e rica

as datas que nos impingiram

do que deve ou não ser feito

todos os que lhe fugiram

foram felizes a seu jeito

Passam os anos e adiam

o bom viver sem apegos

serem felizes todos podiam

se no amor fossem cegos

E de atropelo em atropelo

por conceitos e preconceitos

trocam o sentimento mais belo

por imagens cheias de defeitos

Miro Couto

08-02-2025