É Natal, é Natal! Socorro! Acordem-me quando tiver acabado.
A euforia que ano após ano antecede a ocasião…
Que sorte só termos Natal uma vez por ano. Se fosse mais que isso com certeza que daria em doida. É que o Natal é mesmo só uma noite, mas a histeria á volta da coisa é insuportável. Com um bocado de sorte, um mês antes da dita ocasião (porque com azar são mais umas semanas) lá começam as luzinhas, as bolinhas, as árvores de natal, os anúncios na televisão e as conversas acerca da ceia natalícia, que será invariavelmente bacalhau! Mas isto não é de deixar uma pessoa com os nervos á flor da pele?
E a correria das compras? Muito se fala nas ditas compras de Natal. Sim, porque no Natal precisamos de muito mais coisas do que no resto do ano, por isso toca a comprar. Não interessa o que se compra, desde que se compre. Mas é mesmo necessário comprar prendas para toda a gente? Tem mesmo que ser? Mas porque é que nos submetemos a tal tortura? E porque é que gastamos o que não temos (e ainda por cima compramos prendas que não têm utilidade nenhuma)? Enfim, são questões que ultrapassam a minha compreensão
E nunca se sentiram na obrigação de serem bonzinhos e caridosos nesta altura? Sim, ficamos tão comovidos com o Natal dos Hospitais! E os programas em que se recolhem brinquedos e roupas para crianças pobres? Será que estas crianças só precisam de ajuda nesta altura do ano? E a ceia de natal para os sem abrigo? Será que eles só comem uma vez por ano? Cá para mim toda esta bondade só serve para dizermos a nós mesmo que fazemos alguma coisa pelos outros, pena que só nos doa a consciência uma vez por ano. Mas adiante…
A noite de natal
E as reuniões familiares? Quem é que nunca se sentiu obrigado a ir a uma delas? Jantares de natal em família são em muitos casos umas das coisas mais hipócritas acerca do natal. Diz-se que a noite de Natal é a noite da família… Mas este conceito também se aplica aquela família que passa o ano em desentendimentos, discussões e sem falarem uns com os outros? Faz mesmo sentido sentarem-se todos á mesma mesa e trocarem presentes? Tal reunião faria sentido se todos se preocupassem com os outros durante o ano inteiro. Aí sim, o Natal seria a ocasião perfeita para estarem todos juntos. A verdade é que isso não acontece em muitos casos, e muitos de nós lá acabam por fazer o frete de estar presentes. Mas é claro, a obrigação não é só de estar presente, também somos obrigados a estar felizes nesta noite. E com isto já são dois fretes…
E o número astronómico de sms enviadas na véspera de natal? Mas será que esta gente não tem mais nada que fazer a não ser mandar sms de boas festas a quem não se dão ao trabalho de ligar sequer uma vez por ano? (ou então enviar um email, que sai mais barato que ligar…) A mim parece-me uma hipocrisia que nem sequer tenta ser dissimulada.
O dia de Natal
O dia de Natal, deve ser o dia mais deprimente do ano inteiro! Está quase tudo fechado, e as ruas desertas. Os poucos sítios que estão abertos e onde se pode beber um café, estão apinhados de gente, e imagine-se só, a mostrar a fatiota nova! Mais um dia feito para o culto da vaidade. E já pensaram que filmes vamos ver no dia de Natal este ano? Será “Música no coração” (pela centésima vez) ou o “Sozinho em casa parte 57”? (Não haverá imaginação para mais? Temos que levar todos os anos com a mesma programação deprimente? Mas ainda há quem goste e veja isso?)
O que me deixa mesmo irritada é que acabamos por ceder e entrar nesta euforia porque senão as pessoas levam a mal. Levam a mal se não falamos na ceia, se não falamos nas compras, se não desejamos Feliz Natal… Será que é assim tão difícil de perceber que alguns de nós não vêm qualquer significado no Natal?
E por tudo isto, já devem ter adivinhado que o Natal não é a minha altura favorita do ano. Passo bem sem as prendas, sms, bolinhas, luzinhas, bacalhau e todas as pequenas obrigações que compõem a ocasião. Neste Natal não vou comprar nada para ninguém. Vou dar de mim, mas só ás pessoas que me são queridas ( e para quem eu sou querida). E não vou dar porque é Natal e me sinto obrigada, vou dar porque me faz feliz dar e porque daria em qualquer outra altura do ano. Também não vou enviar sms, mas vou telefonar aos amigos que se têm preocupado comigo ao longo do ano. Mas não vou ligar para desejar feliz Natal.Vou ligar para saber se estão bem.
A euforia que ano após ano antecede a ocasião…
Que sorte só termos Natal uma vez por ano. Se fosse mais que isso com certeza que daria em doida. É que o Natal é mesmo só uma noite, mas a histeria á volta da coisa é insuportável. Com um bocado de sorte, um mês antes da dita ocasião (porque com azar são mais umas semanas) lá começam as luzinhas, as bolinhas, as árvores de natal, os anúncios na televisão e as conversas acerca da ceia natalícia, que será invariavelmente bacalhau! Mas isto não é de deixar uma pessoa com os nervos á flor da pele?
E a correria das compras? Muito se fala nas ditas compras de Natal. Sim, porque no Natal precisamos de muito mais coisas do que no resto do ano, por isso toca a comprar. Não interessa o que se compra, desde que se compre. Mas é mesmo necessário comprar prendas para toda a gente? Tem mesmo que ser? Mas porque é que nos submetemos a tal tortura? E porque é que gastamos o que não temos (e ainda por cima compramos prendas que não têm utilidade nenhuma)? Enfim, são questões que ultrapassam a minha compreensão
E nunca se sentiram na obrigação de serem bonzinhos e caridosos nesta altura? Sim, ficamos tão comovidos com o Natal dos Hospitais! E os programas em que se recolhem brinquedos e roupas para crianças pobres? Será que estas crianças só precisam de ajuda nesta altura do ano? E a ceia de natal para os sem abrigo? Será que eles só comem uma vez por ano? Cá para mim toda esta bondade só serve para dizermos a nós mesmo que fazemos alguma coisa pelos outros, pena que só nos doa a consciência uma vez por ano. Mas adiante…
A noite de natal
E as reuniões familiares? Quem é que nunca se sentiu obrigado a ir a uma delas? Jantares de natal em família são em muitos casos umas das coisas mais hipócritas acerca do natal. Diz-se que a noite de Natal é a noite da família… Mas este conceito também se aplica aquela família que passa o ano em desentendimentos, discussões e sem falarem uns com os outros? Faz mesmo sentido sentarem-se todos á mesma mesa e trocarem presentes? Tal reunião faria sentido se todos se preocupassem com os outros durante o ano inteiro. Aí sim, o Natal seria a ocasião perfeita para estarem todos juntos. A verdade é que isso não acontece em muitos casos, e muitos de nós lá acabam por fazer o frete de estar presentes. Mas é claro, a obrigação não é só de estar presente, também somos obrigados a estar felizes nesta noite. E com isto já são dois fretes…
E o número astronómico de sms enviadas na véspera de natal? Mas será que esta gente não tem mais nada que fazer a não ser mandar sms de boas festas a quem não se dão ao trabalho de ligar sequer uma vez por ano? (ou então enviar um email, que sai mais barato que ligar…) A mim parece-me uma hipocrisia que nem sequer tenta ser dissimulada.
O dia de Natal
O dia de Natal, deve ser o dia mais deprimente do ano inteiro! Está quase tudo fechado, e as ruas desertas. Os poucos sítios que estão abertos e onde se pode beber um café, estão apinhados de gente, e imagine-se só, a mostrar a fatiota nova! Mais um dia feito para o culto da vaidade. E já pensaram que filmes vamos ver no dia de Natal este ano? Será “Música no coração” (pela centésima vez) ou o “Sozinho em casa parte 57”? (Não haverá imaginação para mais? Temos que levar todos os anos com a mesma programação deprimente? Mas ainda há quem goste e veja isso?)
O que me deixa mesmo irritada é que acabamos por ceder e entrar nesta euforia porque senão as pessoas levam a mal. Levam a mal se não falamos na ceia, se não falamos nas compras, se não desejamos Feliz Natal… Será que é assim tão difícil de perceber que alguns de nós não vêm qualquer significado no Natal?
E por tudo isto, já devem ter adivinhado que o Natal não é a minha altura favorita do ano. Passo bem sem as prendas, sms, bolinhas, luzinhas, bacalhau e todas as pequenas obrigações que compõem a ocasião. Neste Natal não vou comprar nada para ninguém. Vou dar de mim, mas só ás pessoas que me são queridas ( e para quem eu sou querida). E não vou dar porque é Natal e me sinto obrigada, vou dar porque me faz feliz dar e porque daria em qualquer outra altura do ano. Também não vou enviar sms, mas vou telefonar aos amigos que se têm preocupado comigo ao longo do ano. Mas não vou ligar para desejar feliz Natal.Vou ligar para saber se estão bem.